segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Pitacos soltos sobre o Rock in Rio 2013

Em sua nova fase na terra natal, iniciada em 2011 e que será encerrada (provavelmente) em 2015, o Rock in Rio se solidificou como um megaevento de marcas e produtos, uma agenda social para o povo local ver e ser visto, um grande programa-família – este, aliás, sempre foi um desejos dos organizadores, desde 1985. Se empresarialmente isso garante aos Medina ingressos sold out em poucas horas de venda, independentemente de o line-up ter sido ou não divulgado em sua totalidade, artisticamente deixa correr frouxo um certo desdém quanto ao apuro das atrações musicais. Só isso justifica nomes obscuros pisarem no palco principal da Cidade do Rock.


O efeito disso é que, mesmo durante os shows mais aguardados, era notório antes da metade das apresentações um clima de "tô nem aí" para o que estava rolando no palco. Era gente sentada na grama papeando sobre as fases da lua, garotada catando brinde de stand em stand, pessoal mais velho fotografando as casinhas de brinquedo da Rock Street, filas de fast foods lotadas... Para quem está ligado exclusivamente no som, esse tipo de reação não deixa de causar certo incômodo. Em shows normais, mesmo nos mais populares, dificilmente se vê esse tipo de falta de comprometimento. Mas aqui é festival – aliás, aqui é Rock in Rio, bebê.


Sobre os shows que me agradaram, destaco: Bruce Springsteen botando os sete dias de festival no bolso e indo para a galera; Justin Timberlake refinando em elegante verniz soul o seu bom pop de pista, amparado luxuosamente pela melhor banda que pisou no Palco Mundo (The Tennessee Kids); a ótima infusão da poesia agreste de Zé Ramalho com a distorção do Selputura, gerando um monstro imediatamente batizado de Zépultura; a teen party do Offspring, que fez muito marmanjo voltar a ter 19 anos; a introspecção do Alice in Chains; a classe de George Benson e Ivan Lins; a força do Living Colour; a brasilidade de Moraes, Pepeu e Roberta Sá.


Top 10 dos melhores shows (pela ordem cronológica do line-up):
 
  • Living Colour + Angélique Kidjo
  • The Offspring
  • Muse
  • George Benson + Ivan Lins
  • Alicia Keys
  • Justin Timberlake
  • Alice in Chains
  • Bruce Springsteen
  • Sepultura + Zé Ramalho
  • Iron Maiden
 
Top 10 dos piores shows (pela ordem cronológica do line-up):
 
  • Cazuza - O Poeta Está Vivo
  • Capital Inicial
  • Thirty Seconds To Mars
  • Saints of Valory
  • Sebastian Bach
  • Ghost B.C.
  • Mallu Magalhães + Banda Ouro Negro
  • Nickelback
  • Phillip Phillips
  • Lenine

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