segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O Flamengo e os primeiros turnos na Era dos Pontos Corridos

Um breve levantamento nas estatísticas históricas do Campeonato Brasileiro de 2003 até hoje é capaz de mostrar com clareza a dificuldade do Clube de Regatas do Flamengo em se adaptar, de maneira competitiva, ao modelo de pontos corridos na competição. Ao menos se forem levados em conta os primeiros turnos de cada ano.

Já são 11 anos em que o Brasileirão adotou o formato no qual todos jogam contra todos, em partidas de ida e volta, e onde se sagra vencedor quem somar mais pontos. Nesse período, o Flamengo só conseguiu alcançar mais de 50% de aproveitamento ao fim da primeira metade de disputa em cinco oportunidades – incluindo 2009, quando acabou campeão. E em apenas um ano – 2011, quando tinha Ronaldinho Gaúcho em seu plantel – encerrou o turno no G4 dos classificados à Libertadores da América.

Abaixo, o levantamento com a posição na tabela, os número de participantes, a pontuação e o aproveitamento:

2003 - 13º de 24, 29 pontos (42%)

2004 - 22º de 24, 20 pontos (29%)

2005 - 18º de 22, 23 pontos (36,5%)

2006 - 13º de 20, 23 pontos (40,4%)

2007 - 7º de 20, 29 pontos (50,9%)

2008 - 7º de 20, 31 pontos (54,4%)

2009 - 7º de 20, 29 pontos (50,9%)

2010 - 14º de 20, 22 pontos (38,6%)

2011 - 2° de 20, 36 pontos (63,2%)

2012 - 7º de 20, 29 pontos (50,9%)

2013 - 15º de 20, 22 pontos (38,6%)

Mais até que mostrar os resultados obtidos pelos elencos que defenderam o Flamengo ao longo dos anos, a relação acima deixa claro que, salvo uma recuperação fora da curva da normalidade, o torcedor rubro-negro deverá ter bons motivos para rezar pela intervenção de São Judas Tadeu este ano.

Com 38,6% de aproveitamento e apenas 5 vitórias nos primeiros 19 jogos, a campanha do Flamengo em 2013 é praticamente idêntica à de 2010, quando o time de Vanderlei Luxemburgo manteve no returno o desempenho ridículo do turno. Vale lembrar que, na ocasião, o Flamengo só se salvou do rebaixamento devido a uma improvável combinação de resultados e de tabela (nas duas últimas rodadas) entre Vitória e Atlético-GO, que acabou livrando o time da Gávea e mandando o coirmão baiano para a Segundona.

O fraco percentual de aproveitamento no primeiro turno deste ano fica acima apenas das pífias campanhas de 2005 e 2004. Em ambos os anos o sofrimento para a Nação Rubro-Negra foi até as rodadas finais: em 2005, o time acabou salvo por um gol espírita de Obina contra o Paraná em Curitiba, coroando uma campanha de recuperação impressionante conduzida por Joel Santana; em 2004, salvou-se do risco de cair graças, entre outros parcos êxitos, a uma vitória contra o Palmeiras em pleno Parque Antártica.

Como esperança para a "maior torcida do mundo" há o fato de que as histórias – para o bem ou para o mal – nunca se repetem. Tempo e pontos a disputar existem para o time se recuperar no campeonato. Fica a dúvida se o campeonato, com suas surpresas e infindáveis possibilidades, pode dar uma mãozinha ao Flamengo este ano. A torcida agradeceria.

SRN

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