terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Ricardo Boechat (1952-2019)


A palavra “âncora”, no universo do jornalismo, significa a função do apresentador com LIBERDADE e CAPACIDADE de analisar criticamente um determinado fato noticioso, além de apenas reportá-lo ao público.

Ricardo Boechat era um ÂNCORA com letras maiúsculas.

Além da liberdade e da capacidade de análise, ele tinha a CORAGEM para dizer aquilo que muitos pensam, mas não dizem num microfone de rádio ou pra uma câmera de televisão.

Esse fará muita falta.

Descanse em paz.

🙏🏼❤️🙌🏼

#RipRicardoBoechat

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Rescaldo da tragédia



Na esteira de tragédias como a que vitimou 10 garotos hoje no Ninho do Urubu, é natural que a opinião pública busque culpados no primeiro momento. A função da imprensa, nesta hora, passa por levantar informações que municiem autoridades na condução de investigações e inquéritos.

Vale observar que o Flamengo, nos últimos anos, é dos clubes brasileiros que mais investem em categorias de base dentro do futebol. Seja na formação dos atletas, provendo aulas dentro do CT, seja na criação de uma infraestrutura física. Se houve negligência, que punam os culpados.

Ao contrário do que o Ministério Público afirmou numa nota enviesada, a infraestrutura física que a base do Flamengo ocupava, mesmo provisória, estava muito acima do que a grande maioria dos clubes brasileiros oferecem a essa categoria. Não havia luxo, mas todos tinham dignidade.

A perspectiva é que, dentro de uma semana, TODAS as categorias de base do futebol já estivessem instaladas num dos dois novos módulos do CT do Clube. Finalizado em 2016, este módulo custou ao clube R$ 16 milhões e serviu, até o ano passado, aos atletas profissionais do Flamengo.

Do ponto de vista da Comunicação e das áreas Jurídica e Institucional, é fundamental que o Flamengo esteja preparado para enfrentar e responder adequadamente a todas as questões que forem colocadas nas investigações do poder público. Com transparência, celeridade e pró-atividade.


A tragédia humana já consumada joga luz, agora, às reais condições a que atletas de base são submetidos no futebol brasileiro. Isso é benéfico para todos, pois levantará situações de precariedade nas quais muitos desses jovens vivem na luta por uma janela de oportunidade na vida.

Força, muita força, às famílias e às vítimas.

#LutoCRF

domingo, 20 de janeiro de 2019

Um mês


Ontem fez um mês desde que retornei não apenas ao trabalho, mas à vida normal, após onze meses de completo afastamento para o tratamento de uma doença.

A sensação de retorno pós-vitória, como comentei alguns dias atrás, está sendo como a de um recomeço de carreira, de uma redescoberta dos prazeres no ofício e em várias outras coisas do dia a dia.

O simples e prosaico ato de andar nas ruas e ver pessoas para um compromisso profissional ganhou cores diferentes para mim hoje em dia.

O fato de ter atravessado física e espiritualmente uma jornada intensa de luta pela vida me fez naturalmente querer, em tudo, mais e melhor – trabalhar, produzir, conquistar, se relacionar, conhecer, viver.

A lente de enxergar o mundo e a vida muda, e a partir daí tudo muda junto.

A gente passa a ver que os “grandes problemas” de outrora não eram tão grandes assim, e que os “pequenos prazeres” do cotidiano podem conter em si um grande valor agregado. Você se purifica, rejuvenesce e ganha mais habilidade e sabedoria para encarar desafios e enfrentar os percalços.

Não, não se trata de um processo de santificação em vida – a gente continua essencialmente humano, e com isso segue errando, aprendendo, acertando, aprendendo de novo, errando e acertando novamente...

A chave da mudança, vejo agora, está em como encarar as coisas e os acontecimentos do dia a dia, dando o devido peso a cada uma delas e aceitando de bom grado o que a vida lhe oferece e proporciona, seja no trabalho ou em casa.

Além de tornar a caminhada mais leve e mais bonita, mesmo em momentos de dificuldades, isso contribui para uma vida verdadeiramente mais saudável, afastando negatividades que levam a tantas coisas ruins.

“Mens sana in corpore sano”, já dizia o poeta.