- Oldinho, acorda amor, tá na hora de trabalhar!
- Pô, Ivetinha, deixa eu dormir mais um pouquinho...
- Nãããão, dorminhoco. Tá na hora, vamos!
- Então me dá um beijinho de bom dia, vai...
Minha relação íntima com Ivete Sangalo começou nesses dias, não sei bem quando. Salvo engano, foi no domingo passado, quando ela me surgiu da lente do Fantástico, em pleno ócio dominical no sofá de casa, mostrando a sua nada humilde residência àquela formosura que atende pelo nome de Patrícia Poeta. Não, minto: antes disso, ela já havia me abduzido à tarde, quando passei o olho no Faustão e a vi falando de flatulência crônica em mulheres grávidas. Mas foi algo muito rápido, nem deu para nós nos aproximarmos direito. Depois, no Fantástico, sempre convidativa, Ivetinha me guiava entre os vários corredores da sua mansão, entrando e saindo de salas, quartos, banheiros e closets, sempre com aquele ar coloquial de quem se acostumou a falar para todo mundo como se estivesse conversando com aquela amiguinha confidente. Ivetinha é assim, íntima e entrona como ela só.
A nossa relação foi evoluindo ao passar das horas e ao correr dos dias. Ela sempre invasiva, sem cerimônias, crescendo e me aparecendo quando eu menos esperava. Se eu ligo no Jô Soares para ver se dá sono, lá está ela, toda pimpona com sua bela barriga prenha. Se vou para o Pânico, tentando achar alguma graça numa noite de domingo – como se fosse possível – ela reaparece, receptiva aos convidados de uma festa a fantasia. Pausa: a imagem de David Brazil travestido de Morticia Adams (ou coisa que o valha), além de não ter graça nenhuma, me deixou numa zona conflituosa entre o medo e a raiva.
Já na cama, preparando-me psicologicamente para a segunda-feira, o que me aparece assim de cara, sem pedir licença, em pleno especial de Roberto Carlos? Sim, ela, a diva-mor onipresente, onipotente e onisciente da música brasileira: Ivete Sangalo! Deu até uma piscadela pra mim, essa safadinha. Cantando como sempre muito bem, ela meio que rege o show, aparecendo no início para dar às boas-vindas à plateia, perto do fim para fazer as considerações finais – Ivetinha foi a única que cantou duas músicas, pois quem pode, pode – e no enceramento, puxando os duetos de Roberto com as outras cantoras. Uau, sem nem perceber eu já me tornei íntimo da maior estrela do Brasil. A gente já está se vendo praticamente todos os dias! Realmente eu tô podendo.
Na segunda-feira, a tragédia. Acordo com uma ligação da minha mãe me relatando as primeiras informações do desaparecimento do voo da Air France. Ainda em choque, meio atônito com mais uma desgraça aérea envolvendo o Brasil, tomo um banho rápido e ligo a TV em busca de notícias. Band, CNN, Record, Globonews, zapeio sem parar. Eis que, quando chego ao canal 19 da Net, vejo em close Ana Maria Braga e seu papagaio conversando animadamente com alguém que não aparece na tela. Ambos, Ana e o papagaio, rasgam elogios à beleza da entrevistada, ao seu carisma e querem saber mais sobre a gravidez.
Num átimo de segundo, cheguei a duvidar que fosse ela de novo. "Não é possível", penso eu, nu em pelo. Sim, era possível. Menos de 12 horas depois de eu ter desligado a TV com aquela fisionomia baiana e faceira na minha fuça, ela, Ivetinha Sangalo, o ACM de saias, retorna do nada a minha residência, mais uma vez pererecando na sua mansão, mais uma vez alegre, mais uma vez falando de seu novo DVD, mais uma vez Iveteando para o Brasil todo ver.
- Oi Ivete, você por aqui de novo. Por que será que eu não tô surpreso?
- Oi Oldon, bom dia, querido!
- Pô Ivete, agora não. Eu tô triste com esse acidente. Outra tragédia com avião...
- Fica assim não, fofo. Faz o seguinte: compra o meu DVD, joga essa mão pra cima e tira o pé do chão!
- Depois, depois...
Não sei quando nem por onde ela vai voltar, mas tenho a mais absoluta certeza que ela vai voltar. Talvez sentada no meu sofá, como na primeira vez. Talvez deitada na minha cama, como na última. Não importa o grau de comoção perante as tragédias internacionais, nem as especulações sobre o andamento da crise econômica mundial, muito menos a discussão sobre a sinistra ameaça atômica da Coreia do Norte. Ela sempre vai estar entre nós. Linda, lépida e fagueira, envolta num vestido colorido e munida de comentários sobre toda sorte de escatologias humanas. Ela, Ivete Sangalo, devidamente acompanhada de seu novo DVD.
Agora imagina quando o(a) herdeiro(a) vier ao mundo:
- Oldon, acorda, meu filho nasceu!
- Porra Ivete, são três e meia da manhã!!!
- Eu sei, mas quem mandou dormir com a televisão ligada!
- Putz...
- Tá, vai dormir, vai. Mas daqui a pouco a gente se vê na Ana Maria Braga e naqueles programas de fofoca matinais. Vou te acordar, hein! Beijos.
- Pô, Ivetinha, deixa eu dormir mais um pouquinho...
- Nãããão, dorminhoco. Tá na hora, vamos!
- Então me dá um beijinho de bom dia, vai...
Minha relação íntima com Ivete Sangalo começou nesses dias, não sei bem quando. Salvo engano, foi no domingo passado, quando ela me surgiu da lente do Fantástico, em pleno ócio dominical no sofá de casa, mostrando a sua nada humilde residência àquela formosura que atende pelo nome de Patrícia Poeta. Não, minto: antes disso, ela já havia me abduzido à tarde, quando passei o olho no Faustão e a vi falando de flatulência crônica em mulheres grávidas. Mas foi algo muito rápido, nem deu para nós nos aproximarmos direito. Depois, no Fantástico, sempre convidativa, Ivetinha me guiava entre os vários corredores da sua mansão, entrando e saindo de salas, quartos, banheiros e closets, sempre com aquele ar coloquial de quem se acostumou a falar para todo mundo como se estivesse conversando com aquela amiguinha confidente. Ivetinha é assim, íntima e entrona como ela só.
A nossa relação foi evoluindo ao passar das horas e ao correr dos dias. Ela sempre invasiva, sem cerimônias, crescendo e me aparecendo quando eu menos esperava. Se eu ligo no Jô Soares para ver se dá sono, lá está ela, toda pimpona com sua bela barriga prenha. Se vou para o Pânico, tentando achar alguma graça numa noite de domingo – como se fosse possível – ela reaparece, receptiva aos convidados de uma festa a fantasia. Pausa: a imagem de David Brazil travestido de Morticia Adams (ou coisa que o valha), além de não ter graça nenhuma, me deixou numa zona conflituosa entre o medo e a raiva.
Já na cama, preparando-me psicologicamente para a segunda-feira, o que me aparece assim de cara, sem pedir licença, em pleno especial de Roberto Carlos? Sim, ela, a diva-mor onipresente, onipotente e onisciente da música brasileira: Ivete Sangalo! Deu até uma piscadela pra mim, essa safadinha. Cantando como sempre muito bem, ela meio que rege o show, aparecendo no início para dar às boas-vindas à plateia, perto do fim para fazer as considerações finais – Ivetinha foi a única que cantou duas músicas, pois quem pode, pode – e no enceramento, puxando os duetos de Roberto com as outras cantoras. Uau, sem nem perceber eu já me tornei íntimo da maior estrela do Brasil. A gente já está se vendo praticamente todos os dias! Realmente eu tô podendo.
Na segunda-feira, a tragédia. Acordo com uma ligação da minha mãe me relatando as primeiras informações do desaparecimento do voo da Air France. Ainda em choque, meio atônito com mais uma desgraça aérea envolvendo o Brasil, tomo um banho rápido e ligo a TV em busca de notícias. Band, CNN, Record, Globonews, zapeio sem parar. Eis que, quando chego ao canal 19 da Net, vejo em close Ana Maria Braga e seu papagaio conversando animadamente com alguém que não aparece na tela. Ambos, Ana e o papagaio, rasgam elogios à beleza da entrevistada, ao seu carisma e querem saber mais sobre a gravidez.
Num átimo de segundo, cheguei a duvidar que fosse ela de novo. "Não é possível", penso eu, nu em pelo. Sim, era possível. Menos de 12 horas depois de eu ter desligado a TV com aquela fisionomia baiana e faceira na minha fuça, ela, Ivetinha Sangalo, o ACM de saias, retorna do nada a minha residência, mais uma vez pererecando na sua mansão, mais uma vez alegre, mais uma vez falando de seu novo DVD, mais uma vez Iveteando para o Brasil todo ver.
- Oi Ivete, você por aqui de novo. Por que será que eu não tô surpreso?
- Oi Oldon, bom dia, querido!
- Pô Ivete, agora não. Eu tô triste com esse acidente. Outra tragédia com avião...
- Fica assim não, fofo. Faz o seguinte: compra o meu DVD, joga essa mão pra cima e tira o pé do chão!
- Depois, depois...
Não sei quando nem por onde ela vai voltar, mas tenho a mais absoluta certeza que ela vai voltar. Talvez sentada no meu sofá, como na primeira vez. Talvez deitada na minha cama, como na última. Não importa o grau de comoção perante as tragédias internacionais, nem as especulações sobre o andamento da crise econômica mundial, muito menos a discussão sobre a sinistra ameaça atômica da Coreia do Norte. Ela sempre vai estar entre nós. Linda, lépida e fagueira, envolta num vestido colorido e munida de comentários sobre toda sorte de escatologias humanas. Ela, Ivete Sangalo, devidamente acompanhada de seu novo DVD.
Agora imagina quando o(a) herdeiro(a) vier ao mundo:
- Oldon, acorda, meu filho nasceu!
- Porra Ivete, são três e meia da manhã!!!
- Eu sei, mas quem mandou dormir com a televisão ligada!
- Putz...
- Tá, vai dormir, vai. Mas daqui a pouco a gente se vê na Ana Maria Braga e naqueles programas de fofoca matinais. Vou te acordar, hein! Beijos.
2 comentários:
Ai, Jesus, que meda! Será a Ivetinha o new big brother?
A melhor parte é o "Oldinho"...rsrs
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