Não, não votei em Fernando Gabeira para prefeito em 2008 – embora esse mesmo Gabeira tenha tido o meu voto para deputado federal ao longo da minha vida de eleitor (1994, 1998, 2002 e 2006). Incoerência, contradição? Não vejo dessa forma. Encaro uma eleição majoritária de maneira muito distinta de um pleito proporcional. Acho que existem, sim, políticos mais talhados e hábeis para o trâmite de congressos e câmaras do que para missões administrativas.
Também não acho que isso tenha necessariamente a ver com "experiência", se o sujeito já ocupou ou não algum cargo executivo. Acho que tem a ver com perfil mesmo. Gabeira é um desses que me parece ter maior desenvoltura para o Legislativo. Eduardo Suplicy, por exemplo, é outro. Ambos são idôneos, gabaritados e hoje em dia quase inatacáveis por suas trajetórias e suas posturas, mas não os vejo como líderes administrativos na vida pública. Em se tratando de Rio e São Paulo então...
Por outro lado, sempre vi em Eduardo Paes alguém mais capaz de descascar o abacaxi tamanho Maracanã que é pilotar o Rio de Janeiro pós-César Maia. A cidade chegou a tal ponto de abandono, e seu atual gestor a tal nível de negligência, que a única coisa não apropriada neste momento – na minha modesta e humilde opinião – era apostar num enigma. Gabeira como prefeito, para mim, era uma figura enigmática.
E Paes? Tendo passado pela Subprefeitura da Barra e Jacarepaguá, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e, posteriormente, de Esporte e Turismo, acho que ele tem bagagem como gestor e pode, de fato, atuar como um líder na reconstrução da cidade. Reconstrução, diga-se de passagem, serve para designar tudo: de conservação do patrimônio e da ordem pública, como tapar os milhares de buracos nas ruas, à aplicação de alguma política (uma só, que seja) de ocupação habitacional. Sim, falo das favelas.
A verdade é que estamos num clima de "pior que isso não dá". O Rio de Janeiro não pode mais se permitir perder tanto como vem perdendo, sob pena de não conseguir se sustentar como cidade. A chegada de Eduardo Paes pode mudar o rumo dessa prosa, e acredito que vá realmente mudar, pra melhor.
E, desde já, torço muito para que vingue a campanha "Gabeira senador 2010". Meu voto, nesse caso, ele certamente terá.
Também não acho que isso tenha necessariamente a ver com "experiência", se o sujeito já ocupou ou não algum cargo executivo. Acho que tem a ver com perfil mesmo. Gabeira é um desses que me parece ter maior desenvoltura para o Legislativo. Eduardo Suplicy, por exemplo, é outro. Ambos são idôneos, gabaritados e hoje em dia quase inatacáveis por suas trajetórias e suas posturas, mas não os vejo como líderes administrativos na vida pública. Em se tratando de Rio e São Paulo então...
Por outro lado, sempre vi em Eduardo Paes alguém mais capaz de descascar o abacaxi tamanho Maracanã que é pilotar o Rio de Janeiro pós-César Maia. A cidade chegou a tal ponto de abandono, e seu atual gestor a tal nível de negligência, que a única coisa não apropriada neste momento – na minha modesta e humilde opinião – era apostar num enigma. Gabeira como prefeito, para mim, era uma figura enigmática.
E Paes? Tendo passado pela Subprefeitura da Barra e Jacarepaguá, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e, posteriormente, de Esporte e Turismo, acho que ele tem bagagem como gestor e pode, de fato, atuar como um líder na reconstrução da cidade. Reconstrução, diga-se de passagem, serve para designar tudo: de conservação do patrimônio e da ordem pública, como tapar os milhares de buracos nas ruas, à aplicação de alguma política (uma só, que seja) de ocupação habitacional. Sim, falo das favelas.
A verdade é que estamos num clima de "pior que isso não dá". O Rio de Janeiro não pode mais se permitir perder tanto como vem perdendo, sob pena de não conseguir se sustentar como cidade. A chegada de Eduardo Paes pode mudar o rumo dessa prosa, e acredito que vá realmente mudar, pra melhor.
E, desde já, torço muito para que vingue a campanha "Gabeira senador 2010". Meu voto, nesse caso, ele certamente terá.
7 comentários:
Sou obrigado a discordar verticalmente de vc caro Oldon.
Para mim, a vitória de Eduardo Paes representa a continuidade do jeito de se fazer política que tornou o Rio a desgraça que é hoje – as alianças escusas e oportunistas, as práticas eleitoreiras mais condenáveis do mundo (panfletos apócrifos, influência nas igrejas evangélicas e católicas com o uso do preconceito ), a política baseada no jogo partidário de alianças e loteamento de cargos, o comprometimento com interesses de empresas, etc.
As propostas de Eduardo Paes sempre me soaram como mais do mesmo. Enquanto no Gabeira eu via uma possibilidade de mudança de patamar. Mínima que fosse, mas que já seria uma vitória para nossa combalida cidade. Para mim, seria um jeito novo de fazer política. Um jeito mais inteligente.
O que tenho medo é que essas alianças todas – é ridículo ver o Vladimir Palmeira, Benedita, Jandira, etc, aliados com o Eduardo Paes – vão ser pagas. Com cargos políticos e com recursos. Recursos que já são escassos e precisariam ser aplicados no que realmente a cidade precisa – organização do transporte, saúde, educação e conservação das ruas.
Torço para estar errado. Torço muito, porque ontem tive uma sensação de mais uma derrota da cidade. Uma sensação que ganhou mais uma vez o jogo conservador da política. Mas quero e preciso estar errado. E aí eu espero que vc esteja certo!
Um abraço Oldon!!!
Apesar de ter votado no Gabeira, concordo com você Oldon. Acho que o Paes vai ter mais desenvoltura para lidar com essa cidade punk de se viver. Escutei muito por aí a justificativa de quem iria votar no Gabeira, porque queria mudança do tipo, chega de Garotinho, Rosinhas, fulaninho e por aí vai. Paes, acredito eu, estar impregnado com este estereótipo de político com ascensão meteórica. Apesar de eu notar sua existência desde os tempos de sub-prefeito da Barra . Aliáis, acho que deveria ter lutado mais pelo Emissário da Barra naquela época, o que demorou muito para acontecer. Sem falar no poder paralelo das milícias que se alastrou pela Zona Oeste. O Gabeira me pareceu um pouco cansado e com um discurso preciso, mas sabe-se lá se iria dar certo. Como você disse, ele manda muito bem no legislativo, mas Rio de Janeiro meu amigo... é outra coisa bem diferente.
Beto e Alex, muito legal ver vocês por aqui.
Na verdade, a minha descrença com o Rio está de tal ordem que a figura do prefeito é diminuta diante do seu desafio. Não sei se Paes será capaz de dar conta dessa roubada, como não sei se Gabeira seria. Talvez aí esteja a explicação para as minhas preces diárias, pois Nele ainda reside a minha ponta de esperança.
Vamos torcer. É o que nos resta.
Abraços.
O Beto, quando não se mete a falar de futebol, é bastante coerente até.
Olá, povo! Daqui de Foz posso dizer que estamos muito atrás... Estamos perdendo para Foz do Iguaçu. A cidade é limpa e organizada (e olha que estamos na fronteira com Paraguai e Argentina!!!).
Quanto ao Gabeira, preciso dar um testemunho. O cara foi o único que me fez quebrar um tabu de 12 anos sem votar. Desde que tirei meu título, em 1996, nunca havia votado - sempre anulei. Vocês sabem: democracia, para mim, dependeria de ser opção votar ou não.
E sempre tive essa linha. Mas confesso que a coerência do discurso e a postura aglutinadora, de motivar por uma causa, que o Gabeira teve, me fez mudar de postura. Votei nele no primeiro e no segundo turno. E confesso que, pela primeira vez, tive esperança de que ele ganharia. A abstenção de 20% foi decisiva.
Será que o Gabeira teria capacidade administrativa para lidar com uma cidade destruída? Não sei. Confesso que pensei exatamente o que o Oldon colocou no post. Mas apostei - e sem remorso. Sei que não joguei meu voto fora.
Mas o que resta agora é torcer para que Paes surpreenda e faça a melhor "prefeiturança" (vixi!!!) que a cidade já teve.
Votei no Gabeira, mas não me senti derrotada por não haver ganho - acho uma grande vitória que Gabeira tenha crescido tanto ao longo da campanha e fico felicíssima que desta vez, ao menos desta vez, o Rio tenha dado um belo exemplo, um exemplo de campanha limpa.
Ao eleito, meus melhores votos, porque a grande coisa será se ver livre do atual alcaide.
Dias melhores virão!
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