Romário chegou do Barcelona, onde só não comia a bola por falta de tempero, com o peso do crédito de todo um país. Isso sem seque ter disputado um jogo que fosse na escalada para a Copa dos EUA. O desconfiômetro do torcedor com o time de Parreira estava ligadíssimo, fruto da campanha irregular marcada pela primeira derrota do Brasil em Eliminatórias – num jogo contra a Bolívia nas alturas de La Paz.
Mas havia Romário naquele tarde. O Romário que o Brasil inteiro clamava, jogo após jogo, aos ouvidos de Parreira, que fingia não ouvir.
Quando o diabo do fantasma de 50 reapareceu em mais uma decisão contra o Uruguai em pleno Maracanã, num espectro de derrota que resultaria na primeira eliminação do Brasil de uma Copa do Mundo, Parreira ouviu. E chamou o Baixinho, claro.
Começa o jogo e o cartão de visitas é um chapéu no adversário na entrada da grande área, o suficiente para transformar a desconfiança em absoluta certeza: “hoje ele vai comer a bola, com ou sem sal!”. Jogo que segue e uma arrancada tipicamente romariana resulta na bola caprichosamente beijando o travessão de Siboldi. Àquela altura o desfecho apoteótico era apenas uma questão de tempo. De segundo tempo.
Com uma cabeçada à altura dos craques grandes e um drible a 100 km/h à feição dos grandes craques, os dois golaços de Romário contra o Uruguai colocaram não só o Brasil em mais uma tentativa de quebrar o jejum de Copas (que chegaria a 24 anos). As duas pinturas e a atuação impecável no Maracanã de 100 mil súditos daquele 19 de setembro de 1993 começariam a mudar a história do número 11 no futebol brasileiro e – por que não? – mundial.
Era o grande, o imenso Romário em direção ao auge da carreira, e o Brasil dando seu primeiro passo em direção ao tão aguardado tetracampeonato.
Eu estava lá, e fui apenas mais um a me render ao Baixinho genial da grande área.
4 comentários:
É grande Oldon! Eu tb estava lá naquela tarde/noite. E dali, de onde fica a torcida do Vasco, vi de bem pertinho os dois golaços do baixinho. Foi, com certeza, um momento marcante da minha carreira - agora mais comedida - de arquibaldo!
abs
O blog começou muito bem, jovem! Aquele jogo provou que ele sempre foi renegado, apesar do futebol genial que apresentou. Tuveram que aturá-lo! O maior de todos os tempos!
Abraço
Baixo do Lins
Eu também estava lá. Muito show. Alguém lembra dos balões do Romário?
intiresno muito, obrigado
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