Ontem fez um mês desde que retornei não apenas ao trabalho, mas à vida normal, após onze meses de completo afastamento para o tratamento de uma doença.
A sensação de retorno pós-vitória, como comentei alguns dias atrás, está sendo como a de um recomeço de carreira, de uma redescoberta dos prazeres no ofício e em várias outras coisas do dia a dia.
O simples e prosaico ato de andar nas ruas e ver pessoas para um compromisso profissional ganhou cores diferentes para mim hoje em dia.
O fato de ter atravessado física e espiritualmente uma jornada intensa de luta pela vida me fez naturalmente querer, em tudo, mais e melhor – trabalhar, produzir, conquistar, se relacionar, conhecer, viver.
A lente de enxergar o mundo e a vida muda, e a partir daí tudo muda junto.
A gente passa a ver que os “grandes problemas” de outrora não eram tão grandes assim, e que os “pequenos prazeres” do cotidiano podem conter em si um grande valor agregado. Você se purifica, rejuvenesce e ganha mais habilidade e sabedoria para encarar desafios e enfrentar os percalços.
Não, não se trata de um processo de santificação em vida – a gente continua essencialmente humano, e com isso segue errando, aprendendo, acertando, aprendendo de novo, errando e acertando novamente...
A chave da mudança, vejo agora, está em como encarar as coisas e os acontecimentos do dia a dia, dando o devido peso a cada uma delas e aceitando de bom grado o que a vida lhe oferece e proporciona, seja no trabalho ou em casa.
Além de tornar a caminhada mais leve e mais bonita, mesmo em momentos de dificuldades, isso contribui para uma vida verdadeiramente mais saudável, afastando negatividades que levam a tantas coisas ruins.
“Mens sana in corpore sano”, já dizia o poeta.