domingo, 17 de abril de 2016

Dia D, de derrota

Na decisão do "Fla-Flu da Insanidade", sigo de fora desse jogo.

Não assisti a nada disso que estão comentando e lamentando desde cedo. Não preciso ver as imagens para saber dos risos canalhas e dos discursos hipócritas de um bando de larápios com imunidade parlamentar, tudo em horário nobre para um Brasil de audiência. O circo já estava armado há muito tempo, esperando apenas pelo grande picadeiro midiático. Recusei humildemente o papel de palhaço da vez e preferi não dar moral para esse tipo de espetáculo deprimente, que só expõe a indigência de ideias e de caráter da qual é feita a política brasileira.

Tenho certeza que não há inocentes nessa brochura triste da nossa história, mas sei também que não há vencedores numa situação de fragilidade institucional como a que vivemos atualmente - e amigo(a), se você se vê como um vitorioso hoje, eu lamento muito pela sua inocência juvenil. O simples fato de saber que a condução desse processo coube a um corrupto histórico, comprovado, réu em quase uma dezena de processos na mais alta corte do país, mas que ainda assim permanece sentado na cadeira onde está, só isso, ao meu ver, já põe uma pá de cal na credibilidade desse rito.

Estou profundamente entristecido por tudo o que está acontecendo e ainda vai acontecer - e falta muita água pra rolar -, mas se eu tiver que lidar com toda essa situação, que não seja batendo palma para malucos e safados dançarem dentro da minha sala.

O lance é seguir em frente com a dignidade em alta, mesmo mergulhados num lamaçal podre com pilantras de todas as cores e credos te dando ordens e te dizendo o que é certo ou errado (melhor isso que ser surdo).

Continuar lutando e fazendo a nossa parte contra tudo o que há de ruim por aí: é o que nos resta.

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