segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Listinha dos 25 mais (ou menos) da década de 00 do século XXI

O único critério para a seleção foi o descompromisso, lema deste humilde blog.

• Terça-feira da década – 11 de setembro de 2001

• Frase da década – "Yes, We Can"

• Herói da década – Capitão Nascimento

• Documentário da década – "A Fuga do Alemão"

• Leitura da década – Os arquivos do WikiLeaks

• Mico da década – O Fenômeno e seus três travestis

• Troféu "Óleo de Peroba" da década – José Roberto Arruda, pelo conjunto da obra: http://bit.ly/wANzH

• Troféu "Suzana Vieira" da década – Cicarelli em Ibiza

• Troféu "Rubinho Barrichello" da década – Clube de Regatas Vasco da Gama

• Rebaixamento da década – Corinthians (2007), com menção honrosa para o Palmeiras (2002)

• Gol rubro-negro da década – Pet, no tri (2001): http://bit.ly/16AiY8

• Ex-BBB da década – Sabina Sato, com menção honrosa para Grazi Massafera

• Morte da década – Michael Jackson, com menção honrosa para o disquete e o vídeo cassete

• Site da década – You Tube

• Twitter da década – Angela Bismarchi: twitter.com/angbismarchi

• Show [entre os que eu fui] da década – Paul McCartney (Porto Alegre, 2010): http://bit.ly/gKgmsu

• Música da década – "Deixa A Vida Me Levar", Zeca Pagodinho: http://bit.ly/i98Ids

• Revival desnecessário da década – Guns N' Roses

• Escroto da década – George W. Bush, com menção honrosa para o padre irlandês maluco das Olimpíadas de Atenas

• Intelectual da década – John Maynard Keynes, in memoriam

• Ator, cantor, compositor & humorista da década – Marcelo Adnet

• Homem da década – Steve Jobs

• Mulher da década – Angelina Jolie

• Fodão da década – Eike Batista

• "O Cara" da década – Adivinha?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Preguiça social

Desde a última vez em que postei algumas palavras aqui, e lá se vão quase quatro meses, muitas coisas interessantes aconteceram por aí: bolinhas de papel foram capas de jornais (e alvos de perícia técnica, veja só...), uma mulher foi eleita presidente (ou presidenta?), Paul McCartney voltou ao Brasil (e eu vi!), o Rio entrou em guerra urbana (com as forças de paz virando o jogo, eu acho), o Flamengo escapou da Segunda Divisão (não me perguntem como), o Natal chegou sem avisar na Leader Magazine...

Todos os assuntos cabiam na pauta desse espaço. Mas não entraram por pura e absoluta preguiça do síndico que vos escreve. Preguiça de me alongar em textos possivelmente pretensiosos, sob os quais talvez não tivesse a segurança e o embasamento suficientes para emitir opiniões e assertivas. Mas, sobretudo, preguiça de não abrir mão da facilidade que as redes sociais de tiro curto oferecem a quem não tem obrigação de escrever por ofício.

Já se disse por aí – acredito que foi o Millor Fernandes – que o Google é a cultura prêt-à-porter, cabível a todas as necessidades possíveis e imagináveis. Se isso tem de fato algum fundo de verdade, o Twitter seria o equivalente à caixinha de costura da mamãe nesse universo da moda digital. Acessível a qualquer um dentro dos seus 140 caracteres, o microblog faz de você, sem querer, um pensador em potencial. Ou um escritor em potencial. Ou ainda um jornalista em potencial. Talvez até um fofoqueiro em potencial, dependendo do torpedo.

Tudo isso é permitido naquele cabresto reducionista de letras e expressões, onde todos falam, opinam, acham e sabem. Mas poucos ouvem.

A verdade é que sou um pecador.

Não, não me enquadro no grupo daqueles que matam, roubam ou invejam o próximo (muito menos a mulher o próximo), segundo reza a lista dos pecados mortais sob a guarda da Igreja Católica.

Meus pecados são capitais, encarados hoje em dia como "pequenos desvios moralmente aceitáveis", por assim dizer. A preguiça certamente é um deles. Esse sentimento tão difundido entre gerações – principalmente nos domingos chuvosos – e que nos acomete com maior grau de intensidade às segundas-feiras pela manhã, chovendo ou não.

É ela que explica o hiato neste humilde repositório de ideias rasas.

Fiquei preso às vicissitudes das poucas palavras, e isso gerou em mim uma perigosa sensação de suficiência. Como se bastassem apenas aqueles tijolinhos enfileirados um em cima do outro para que as minhas ideias fossem devidamente trabalhadas e expostas. "Para que escrever mais? Lança uns três ou quatro twitts aí e pronto!", pensei algumas vezes, abortando maiores achismos através do blog.

Ao me deixar induzir pela preguiça das short opinions, acho que acabei caindo nos encantos do fast food intelectual – que tem o seu valor, pois a graça do miojo não está no gosto de isopor, mas na rapidez do bate-entope.

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Em tempo: não que eu esteja me comprometendo a fazer disso aqui um relatório diário sobre acontecimentos diversos. Mas acho que, regularmente, vale a pena fugir da fugacidade dos 140 caracteres do Twitter ou dos 420 do Facebook (um luxo, perto do outro) para me aprofundar no olhar crítico sobre generalidades do cotidiano. Como jornalista, é um exercício necessário para a profissão. Como observador, talvez seja a forma de colocar em pratos limpos muitas das nossas (minhas) incongruências.