terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Nizan, Chiclete e os rumos do carnaval de Salvador

Ao lado, o Chiclete com Banana carrega sua multidão no carnaval de Salvador
Nizan Guanaes é publicitário, marqueteiro e ex-gordo. Bell Marques é músico, cantor e careca. Ambos são baianos de Salvador e apaixonados pela cidade que os une. A paixão em comum, no entanto, criou um atrito inesperado.

Na sua página no Twitter, Nizan surpreendeu muita gente neste dia 12 de janeiro, ao criticar duramente a capital baiana, o seu carnaval e um dos seus principais personagens: o vocalista da banda Chiclete com Banana. Bell, para Nizan, simboliza a mediocridade e a inércia em que se encontra a sua cidade natal.

Alguns comentários a respeito surpreenderam pelo grau de superficialidade e infantilização, em especial por ter vindo de quem veio.

Apesar disso, a provocação de Nizan é necessária e pertinente, ainda que as grosserias desnecessárias contra Bell tenham tirado o foco do que realmente pode ser discutido a fundo.

Artistas ou blocos, quem faz a festa?

Na modesta opinião de folião deste diletante blogueiro, que já acumula mais de 15 anos percorrendo aos pulos a Avenida Sete, o Farol da Barra e a Praça Castro Alves, o carnaval de Salvador trilhou nas últimas três décadas um caminho equivocado, ao descompassar a relação entre os artistas e as entidades/agremiações. O primeiro grupo, forjado a partir do segundo, tomou as rédeas do jogo.

Numa comparação superficial, mas verdadeira, seria como se o carnaval do Rio tivesse como âncoras principais Jamelão e Neguinho, e não a Mangueira e a Beija-Flor. Jamelão, maior intérprete (puxador não!) da história das escolas de sambas, infelizmente se foi em 2008. A Estação Primeira continua, e vai perdurar enquanto houver carnaval.

Desde o início dos anos 1980, grande parte dos blocos de Salvador, nas suas diferentes versões (de trio, afros, afoxés, de índios) contribuiu de forma fundamental para que se criasse uma gama de artistas locais. Esses, por sua vez, imprimiram um processo de estruturação no mercado musical da cidade, estimulando a entrada de novas bandas para um número cada vez maior de blocos. Grosso modo, um crescimento compartilhado.

Ao longo do tempo, porém, essas entidades carnavalescas, que carregavam a matriz histórica da festa, suas tradições e conceitos, acabaram perdendo espaço justamente para a nova geração de músicos e cantores que haviam criado. Geração essa que frutificaria em estrelas de primeira grandeza no cenário musical brasileiro. Foi um processo gradual e irreversível.

A partir dessa lógica, o chamariz para o povo ir ao carnaval deixou de ser o Bloco do Barão ou os Internacionais. A multidão queria era ver os donos do microfone, como Luiz Caldas e Chiclete com Banana – para citar alguns que, já naquela época, se destacavam no cenário carnavalesco soteropolitano, ao lado de Sarajane e das bandas Reflexus, Cheiro de Amor e Beijo.

Esses artistas, da metade da década de 1980 em diante, ultrapassaram as barreiras baiana e nordestina e fincaram pé no eixo Rio-SP. Passaram a vender muitos discos, milhões. A ponto de um movimento que nasceu local, apenas para abastecer blocos de carnaval na capital baiana, virar gênero musical da indústria fonográfica nacional, tendo como estopim o surgimento meteórico de Daniela Mercury em 1992.

E no Axé, não vai nada?

O Axé Music fez dinheiro, e muito, não só para as suas estrelas, mas para uma imensa massa de empresários, comunicadores, comerciantes, publicitários e picaretas de toda ordem que se instalou em sua órbita.

Nos tempos de vacas gordas estava tudo nos conformes: os artistas mantinham uma agenda repleta de shows e micaretas ao longo do ano em quase todos os estados do país, cantando “o lindo carnaval de Salvador e suas mil maravilhas”; o público babava com o oásis baiano cantado em verso e prosa e entupia a cidade na época do carnaval; os blocos vendiam abadás como água e garantiam pequenas fortunas aos seus gestores; e a cidade se estabelecia de vez como pólo principal da maior festa popular do Brasil.

Era uma época inegavelmente afortunada para a chamada música baiana e para o carnaval de Salvador. Em meados da década de 90 do século passado, os lançamentos de registros ao vivo de shows eram garantias de sucessos nacionais de vendas, numa época em que vender muito era algo acima do milhão de cópias. Nos anos de 1996 e 1997, por exemplo, Banda Eva (2,2 milhões de cópias), Netinho (2 milhões), É o Tchan! (1,8 milhão) e Cheiro de Amor (1,5 milhão) detinham números invejáveis para a época, e inimagináveis para os dias de hoje.

Acontece que, já no final dos anos 1990, o rebanho de astros e estrelas dava demonstrações de que começava a emagrecer. Suas vendas minguavam ano a ano (não por coincidência, o processo se desencadeou junto com a derrocada da indústria do disco em nível mundial).

De repente, máquinas de fazer dinheiro, lotar shows e vender discos como É o Tchan!, Netinho, Ara Ketu, Cheiro de Amor e a própria "Rainha do Axé", Daniela Mercury, se converteram em fracassos comerciais, em maior ou menor escala.

Registre-se que o movimento cíclico do carnaval fez surgir novas atrações, entre eles Babado Novo, que em pouco tempo daria lugar apenas a sua estrela, Claudia Leitte; Banda Eva, com o ótimo Saulo Fernandes; Margareth Menezes, que, embora veterana, renasceu para o carnaval da Bahia; e, acima de todos eles e de qualquer outro(a), o fenômeno Ivete Sangalo, egressa dos vocais da Banda Eva. Com dez anos de carreira, Ivete já ocupava confortavelmente o posto de maior artista do Brasil.

E o Chiclete?

Ao longo dos 30 anos em que se apresenta no carnaval de Salvador ininterruptamente (em 2010 completa a sua 31º performance nas ruas da cidade), o grupo liderado por Bell Marques alcançou uma posição icônica dentro da festa. Muito pelo fato de, em 1982, o trio do Chiclete (então servindo ao bloco Traz os Montes) ter sido o primeiro a adotar um equipamento de amplificação de som muito superior aos demais, algo até então inédito na história do trio elétrico.

Já no ano seguinte, via-se, sem exageros, que muitas pessoas literalmente iam para a avenida ver e acompanhar o Chiclete e seu trio, só. Criou-se entre banda e público uma relação que vai além da empatia. O Chiclete passou a ser visto pelo povo de Salvador, aquele que vai na “pipoca” do bloco ou mesmo o que vê os caminhões de longe, como o grande representante do carnaval da Bahia para o resto do Brasil. Como “a banda do povão”, que carrega consigo algo como a torcida do Flamengo, guardadas as devidas proporções.

Mas é injusto apontar a primazia na evolução tecnológica do trio como o único fator para o Chiclete se perpetuar como um gigante da festa – até porque a tecnologia do trio evoluiu muito além daquela novidade. O fato é que o Chiclete sabe levar um trio. Sabe conduzir a massa como poucos fazem. Tem o timing da galera. Ou seja, é bom de palco (móvel). É por isso que eles estão aí até hoje.

Além disso, Bell se revelou um homem de negócios astuto, sabendo encaminhar sua carreira com discrição ao mesmo tempo em que fazia ótimos negócios. Um deles foi a criação do principal bloco “alternativo” do carnaval de Salvador, o Nana Banana (que é franqueado nas poucas micaretas que ainda resistem Bahia a fora). Outro foi a associação aos donos do Camaleão para a criação de uma empresa de venda de abadás e pacotes de carnaval, a Central do Carnaval, líder absoluta neste negócio.

Isso tudo somado transformou o Chiclete com Banana numa marca muito forte do carnaval e, por extrapolação, da própria Bahia. Tornou-se algo como o Galo da Madrugada no carnaval do Recife: uma expressão tão grande quanto à própria festa, capaz de chamar público por si só. Não à toa seus shows continuam enchendo e suas vendagens de CDs e DVDs são boas para os padrões atuais. São méritos incontestáveis (artísticos e comerciais) deles próprios.

Quanto à peruca de trancinha do Bell e sua calvície, deixo a opinião de Nizan apenas para ele. Tomara que ele próprio faça o mesmo daqui para frente...

E os rumos do carnaval?

Com a queda vertiginosa nas vendas de discos (não só da música baiana, registre-se) já na década atual, o número expoente de artistas que “vendiam” a Bahia e o seu carnaval caiu proporcionalmente. A quantidade de estrelas, de primeira ou segunda grandeza em nível nacional, idem. Os efeitos vieram a reboque. Os blocos já estão sentindo isso na pele (entenda-se no bolso).

Se há oito anos víamos situações absurdas, como o bloco Camaleão esgotar a venda de abadás para o carnaval do ano seguinte três dias depois do encerramento do carnaval anterior, este ano o quadro de vendas das grandes corporações comerciais que regem a folia baiana mostra sinais claros de um certo esgotamento (do modelo? dos artistas? da música? da festa?).

A exatos 30 dias para o início do carnaval, nenhum dos quase vinte blocos comercializados pela Central do Carnaval estão lotados, para dia algum. Mesma situação se vê no Reino da Folia, empresa espelho da Central administrada pela banda Asa de Águia. Seus blocos continuam lá, todos eles disponíveis, parecendo que a festa ainda está a mais de três dígitos de dias para se iniciar. Situações como essas jamais ocorreram nesses últimos 30 anos em Salvador.

Talvez isso demonstre que a ideia, orquestrada ou não, de colocar os artistas da música comercial baiana à frente de todas as tradições do carnaval foi um risco pouco calculado à época, cujo preço pode começar a ser pago neste carnaval de 2010. Não acredito num cenário desolador de blocos e ruas vazias (ou pouco cheias), mas acho que a falta de um pensamento mais amplo quanto aos rumos da festa – algo como um planejamento estratégico de longo prazo – terá de tomar conta das agendas dos órgãos gestores.

A rigor, hoje o carnaval de Salvador tem apenas quatro âncoras capazes de gerar apelo de público, seja de dentro ou de fora da cidade e do estado: Ivete, Chiclete, Asa e Claudinha. Quatro artistas inegavelmente talentosos, versáteis e populares, mas cujo alcance artístico de “astros de trio/bloco” limita sobremaneira uma festa tão plural, diversa e multirreferencial como (ainda) é o carnaval de Salvador.

Cadê a manifestação orgulhosamente autêntica dos blocos afros da Bahia, capitaneados pelo Ilê Aiyê, Olodum, Muzenza, Malê Debalê, entre outros? Onde está a valorização maior aos afoxés, da imagem alva eternizada pelos Filhos de Gandhy singrando as avenidas ao som do ijexá? Os cortejos populares e os blocos de manifesto, como o Mudança do Garcia, morreram dentro da profissionalização (ainda que necessária) da festa?

Acredito que estes questionamentos tenham feito parte da abordagem que Nizan Guanaes fez no seu Twitter. E tem todo o direito de fazê-lo (tomara que sem ataques pessoais), pois ele mesmo já transcreveu numa música, exaltada ano após ano nas ruas da Bahia, a força da maior festa de rua do Brasil.

“Vai compreender que o baiano é um povo a mais de mil
Que ele tem Deus no seu coração
E o diabo no quadril”.

Apesar de tudo, e com fé no futuro, viva o carnaval de Salvador!

20 comentários:

Felipe Maciel disse...

Oldão, uma aula sobre o carnaval baiano. Parabéns.

Unknown disse...

O carnaval Salvador tem como marca registrada, não os desfiles de escola de samba como acontecem em São Paulo e no Rio de Janeiro, o que marca Salvador são os trios elétricos que levantam multidões com muito som alto. Mas é preciso rever para nao perder a graça dos Carnavais da Bahia: Eu fui atrás de um caminhão, fazer
Meu carnaval que o carnaval é feito no Coração, gostei chiclete é emoção meu bem Naquele ano eu me tornei camaleão.

TajMahal disse...

Oldon, voce só esqueceu de dizer que o público que elegeu essa banda(Chiclete com banana) como um das muitas importantes do carnaval, è um público simples de periferia que não pode pagar o preço que eles cobram para sair em seu bloco. Hora e nem a esse público essa banda se preocupa! por exemplo: show de graça para essa gente, em seus bairros enfim. E olha são essas pessoas que escutam diariamente as emissoras de rádio, dando audiência e escutando as canções dos artistas. É uma banda só para elite não condiz com a realidade de uma cidade onde 80% da população é nêgra e não tem como pagar um abadá de 800 a 1.600 Reais. Sem contar que esse cantor não é nada cortez com os fãs. Eu sei bem o que estou dizendo viu,o contrário de Caetano e Gil, que normalmente está entre as pessoas nos shows do Olodum, Cortejo Afro etc.Porém não justifica esse (empresário sem ética)falar o que falou sobre a cidade de Salvador.

Anônimo disse...

Oldon,Parabéns pelo texto.Sou baiano,músico e acompanhante desse movimento chamado Axé. Só a título de informação, o Axé se afastou da Bahia em busca de contratos lucrativos, o que fez com que o povo "esquecesse",abrindo espaço pra um novo movimento que surge "desorganizado" é fato, mas que toma conta de Salvador e se chama Pagode Baiano,representado por PSIRICO, PARANGOLÉ e FANTASMÃO. Eles ainda não são sucesso de arrecadação financeira, mas tem o povão que foi esquecido pelo Axé, vale ressaltar que o Axé virou musica de elite aqui na Bahia. A realidade é que não temos um nova safra de artistas a quem possamos confiar o legado do Axé.

Grande Abraço

Fábio Santos

Anônimo disse...

Oldon, parabéns pelo excelente e explicativo texto. Sou baiana e assim como vc me surpreendi com a declaração de Nizan Guanaes(homem de tamanha importância no cenário empresarial)ao tentar numa infelicidade tamanha, comparar a decadência do carnaval e das atrações da capital baiana com Bell. Entretanto é de extrema importância essa abordagem dos valores da Bahia, num momento como esse. A realidade, é que o carnaval de Salvador abtes era realizado visando a diversão do povo baiano e isso, por tabela, encantava os turistas (justamente pela indiscriminação da diversão). Mas o rumo que tomou o carnaval foi drástico. Atualmente, a maior parte dos blocos visam os turistas e arrecadação (não mais a diversão). É triste dizer, mas acredito que se realizar realizarmos uma pesquisa, a proporção de turistas aqui em salvador está aumentando significativamente e junto com isso uma evasão de bainanos da folia momesca. Aqui, quem pára realmente para refletir o momento que está vivendo a nossa cidade , compartilha da mesma opinião, no entanto, nós "não temos voz". O que vem acontecendo muito claramente é que o carnaval de Salvador sempre foi feito visando o povo daqui, a diversão e "de tabela" os turistas se encatavam com a diversidadeExcelente citação de TajMahal, sem dúvidas o chiclete com banana é uma banda consagrada pela população pobre de salvador, mas que no entanto não tem o seu poder reconhecido pela banda, que visa unicamente a arrecadação com as mesmas músicas de sempre. Do comentário acima, uma frase resume os acontecimentos aqui na Bahia: "...axé virou música de elite". Novamente parabéns pelo texto, inegavelmente maravilhoso (pertinente de inúmeros comentários e grandes discussões).
Forte abraço!!!

alehsantana disse...

Parabéns pelo feliz comentário reflexivo acerca do carnaval baiano. Você conseguiu "gerar a imagem" perfeita do cenário atual da festa e ressaltar os problemas que existem e os que podem existir caso não haja uma maior preocupação com a festa e não com as cifras que ela pode gerar a quem quer que seja (Estado, prefeitura ou donos de blocos e bandas).

Sandrah Ju disse...

Parabéns pelo texto. Sou soteropolitana, moro em Bsb, passo e conheço o carnaval de Salvador, mais ou menos há 34 anos, na época dos "Novos Baianos" e quando o encontro dos Trios era na Praça Castro Alves. Não adianta darmos de nostálgicos porque o tempo não volta. Quem conheceu e aproveitou os antigos carnavais – viva! O Carnaval continua maravilhoso, com todas as mudanças. Só acho que as bandas, os artistas famosos, a associação dos blocos de trio e os responsáveis por essa festa maravilhosa, que só acontece em Salvador, não devem esquecer jamais a população da cidade, pois sem o povo baiano não há carnaval.

Anônimo disse...

Oldon, muito boas suas consideraçõese fico feliz que os comentáriso tb mostram conhecimentos dos leitores do seu blog ( fora o desinformado Taj Mahal...imagine se Bellfosse gentil comseus fãs..rsrs).

Uma correção: o Nana não foi o primeiro "alternativo" do carnaval de Salvador...antes tivemos o Maluquetes, Qual É, Academicas, Cerveja e Cia...

Abraços.

Guto Brandão
ex-presidente do Nana Banana

Oldon disse...

Obrigado a todos pelos comentários e opiniões. Fico feliz que o tema esteja suscitando a paixão de cada um pela maior festa do país.
Valeu!

Anônimo disse...

vOCE ESTÁ DE PARABÉNS,É UM PROFUNDO CONHECEDOR DO CARNAVAL BAIANO,SOU CARIOCA,COM PARENTES EM SALVADOR,E ACOMPANHOO CARNAVAL DE SALVADOR NA EPÓCA QUE SÓ HAVIA MORTALHAS E NÃO DÁS,E FOI PRECISO QUE UM CARIOCA FALASSE COM CATEGORIA E CLASSE SEM DESMERECER NINGUÉM SOBRE A REALIDADE,MUSICAL,CARNAVALESCA DE SALVADOR.ADOREI JÁ LI VÁRIOS COMENTÁRIOS SOBRE NIZAN X BELL,MAS O SEU FOI DE AMOR PELA BAHIA

Andre Harada disse...

Parabéns pelo excelente texto, uma aula realmente da folia baiana

Anônimo disse...

O Carnaval sempre foi uma festa espontânea, uma manifestação da cultura e criatividade do povo baiano (principalmente dos negros), e como quase tudo foi desfigurada pela ganância de uns poucos, dentro de uma realidade pouco condizente com a naturalidade dos baianos, criando exclusões e mercantilização do folclore e crenças de uma população simples e alegre.

Blog do Kuelho disse...

Excelente material, mostrou que tem propriedades e conhecimento sobre o carnaval baiano.
Só sentiu que no final se retraiu nas críticas.
Podia ter soltado um pouco mais.
Mais cumpriu seu papel muito bem, parabéns!!!

Unknown disse...

Muito bom,disse tudo!!!
Como filha de ssa e Iveteira,acredito que tudo tem que ser revisto sem ataques pessoas como vc já disse!!!
Parabénsssss Queridoo

Unknown disse...

Oldon,

Parabéns pelo seu texto, sou baiana, CHICLETEIRA sim e formada em Publicidade...fiquei muito triste e preocupada com o comentário feito pelo Nanzan, o peso e a forma que abordou. Yodos temos opiniões e vamos respeitar, mas aqui na minha terra na boca do carnaval, pra ele ter atenção, só mexendo com nosso carnval. Decepção para mim que sou formada na área e mesmo não tendo tanta experiência como ele, aprendi que temos que antes de tudo ter ética, o que ele não teve ao falar de Bell. Quanto a Salvador, o estado em que se encontra, entendo ele, temos problemas como todas as cidades e se erramos no nosso voto, é a esse politicos que temos que criticar e cobrar, porém não foi isso que o colega fez e assim deixou a todos surpresos quanto a seus laços politicos, onde piorou com as desculpasusadas para se retratar sobre o ocorrido após receber as criticas. Enfim...nós bainos trabalhamos o ano todo(como todo brasileiro) pra receber nosso carnval e turistas que aqui chegam e merecemos respeito!

Maurício disse...

Quando eu falo que este é um dos melhores blogs da internet brasileira, mundial, universal dizem que é exagero meu. Parabéns, Oldon.

Anônimo disse...

Concordo com o Murício!!!
Texto "fenomenal"
Parabéns,
Poly.

Diego disse...

Muito boa análise. Tu és bom de caneta hein rapaz, quer dizer, de teclado! rs
No entanto tudo o que foi discorrido aqui, nada mais é, do que a constatação de mais um dos milhões de ciclos que nos cercam nessa nossa existência, e que está saturado. Saturou, essa é a dura verdade.
O problema não está só no modelo, ou nos artistas, ou na música, ou na festa, é o conjunto de tudo isso.
Como você disse, nestas ultimas décadas, o sucesso do Axé foi um fenômeno tão além do razoável que acabou influenciando diretamente diversos setores de geração de renda e sobrevivência baiana. Tornando a Bahia uma gigantesca anfitriã de micareteiros de todo este imenso país. O que consequentemente fez-se saturar não só a musica, mas tudo o que a rodeia.
E arriscando um posicionamento cronológico num patamar geral para o caso, creio que talvez isto esteja acontecendo exatamente no momento em que "estava destinado" a acontecer. Some aí, free-downloads via internet, decadência do rádio, perda de força na capacidade de impor tendências do meio televisivo, e banalização total de tudo à crescimento exponencial por segundo.
Mas é aí que vem o planejamento estratégico de longo prazo. Quem enxerga as coisas assim, como eu, você e mais milhões por aí, já enxergava o que estava por vir. E alguns ainda além.
Eu, por exemplo, tenho pra mim que estamos entrando numa era de valorização das raízes. Nós saltamos tão rápido dos nossos pontos iniciais e com tanta voracidade, e deslumbramento com o que a tecnologia e tudo mais havia para nos apresentar nestas décadas mais próximas á virada de século, que nos distanciamos daquilo que realmente deu origem á nossos valores e modelos em essência. E agora com toda essa confusão cotidiana informativa exagerada, no fundo sabemos que o que mais queremos é simplificar. E para simplificar da melhor maneira, nada mais agradável que voltar ao início, às raízes, redescobrir por que mesmo que gostamos disso ou daquilo.
E nessa empreitada renascentista contemporânea à qual estamos ingressando, a musica baiana é apenas mais um integrante não mais importante do que todo o resto.

Anônimo disse...

Parafraseando Rodrigo Polito: Que texto memorável, meu nobre Oldon. Jamais vou olhar para o Chiclete como antes.

Abs

Cirilo

Ronivaldo, estudante univsitário disse...

Parabéns pelo texto! só discordo de uma coisa, não acho que a Ivete seja a artista número 1 do Brasil! acho que o Chiclete é o artista número 1 do Brasil! Ivete apenas aparece mais na Globo! não é esquisito que Ivete sendo a número 1 nao consiga vender seus abadás? sendo que com preços bem mais baixos que os do Chiclete e do Asa? e o público elitizado é o mesmo dos três artistas! Acontece que nós nos acostumamos a ver Ivete na televisão todo dia, mas o que vejo nas micaretas Brasil a fora é que... apesar disso, Chiclete com Banana tem os tris e blocos mais vendidos e lotados, pra min número 1 do Brasil, apesar de Ivete! outro coisa é quanto ao pagode, é um lixo, ponto! nao vale a pena discorrer sobre algo que só envergonha a Bahia. ainda vejo o carnaval de Salvador com chances de mudanças, apesar de tudo! E ainda temos artista como Timbalada, Eva e Tomate (surgindo com força no ceário brasileiro) com público grande no Brasil! Meus parabéns por esse texto tão coerente! Salvador precisa mudar!